Cancro do Pulmão

Oncologia

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As células tumorais são células saudáveis que perdem a capacidade de morte celular programada, e, por isso, dividem-se progressivamente de forma descontrolada, transformando-se em células tumorais. A crescente multiplicação de células malignas é designada por proliferação e à medida que o tumor avança, as células filhas tornam-se mais indiferenciadas e sofrem alterações genéticas que intensificam o seu potencial maligno.1

O processo no cancro do pulmão é semelhante ao de outros cancros nos quais as células saudáveis se transformam em células tumorais no epitélio que reveste toda a árvore respiratória, desde a traqueia até ao bronquíolo terminal mais fino, e nas células que se encontram nos alvéolos dos pulmões. 1

Referências:

  1. https://seom.org/info-sobre-el-cancer/cancer-de-pulmon Consultado em outubro 2024.

O cancro do pulmão, que, no princípio do século XX era pouco habitual, atualmente é a primeira causa de morte por cancro no mundo, representando 18% de todas as mortes por cancro 1. Em Portugal, o cancro do pulmão é responsável por 15% de todas as mortes por cancro. 2.

A nível mundial, o cancro do pulmão é a principal causa de morbilidade e mortalidade por cancro nos homens, ao passo que nas mulheres é o segundo tipo de cancro com maior mortalidade, depois do cancro da mama 1.

As pessoas com cancro do pulmão apresentam frequentemente determinados sintomas, embora estes não se manifestem em todos os casos. Uma das principais limitações no diagnóstico deste tumor está relacionada com o facto destes sintomas serem pouco específicos e semelhantes aos de outras doenças.

Os sintomas mais frequentes são os seguintes:

  • Cansaço
  • Perda de apetite
  • Tosse persistente
  • Hemoptise: tosse com sangue na expetoração.
  • Dispneia: dificuldade em respirar.
  • Dor torácica
Para poder tomar uma decisão terapêutica correta, é muito importante avaliar o tipo histológico do cancro do pulmão e compreender qual é a extensão do tumor (que órgãos para além do pulmão poderão estar afetados). Por conseguinte, o processo de diagnóstico é muito relevante e são realizados múltiplos exames de diagnóstico. A análise molecular é igualmente importante uma vez que permite aferir as possíveis alterações genéticas e identificar biomarcadores para o uso de terapêuticas dirigidas. Entre os exames de diagnóstico principais, podemos referir os seguintes:
  1. História clínica e exame objetivo: fornece informação sobre os antecedentes familiares e pessoais, os sintomas e a situação do doente.
  2. Radiografia do tórax.
  3. Análises gerais.
  4. Exames de imagiologia:
    • Tomografia computorizada (TAC) torácica e abdominal: fornece informação sobre o tumor e o envolvimento, ou não, dos gânglios linfáticos regionais. É muito útil para determinar se existem ou não metástases.
    • TAC ou ressonância magnética cerebral: para excluir a disseminação do cancro no cérebro.
    • Tomografia por emissão de positrões (PET, na sigla em inglês): é utilizado nos doentes com cancro do pulmão localizado no TAC, para assegurar que não existem metástases noutras zonas do corpo.
  5. Biopsia do tumor ou de um gânglio: para obter uma amostra de tecido da zona suspeita, que será analisada pelo patologista. Esta biopsia permite assegurar que se trata de uma lesão cancerígena, estabelecer o tipo de tumor e determinar as análises moleculares posteriores, determinantes para o tratamento.
  6. Broncoscopia: para estudar o interior dos pulmões.
Também podem ser utilizados os seguintes exames: mediastinoscopia, punção transtorácica, toracentese, gamagrafia óssea e espirometria. No entanto, o médico pode solicitar exames adicionais caso sejam necessários para complementar o diagnóstico. O diagnóstico precoce é muito importante, tendo um impacto na qualidade e tempo de vida. Cerca de 60% a 70% dos doentes são diagnosticados em estadios avançados da doença quando o tumor já afetou outras partes do corpo.
Referência:
  1. https://seom.org/info-sobre-el-cancer/cancer-de-pulmon?start=3 Consultado em outubro 2024

A determinação da extensão da doença é essencial para compreender se foram afetados outros órgãos para além do pulmão. O estadiamento da doença é um dos fatores que permite determinar qual o tratamento mais adequado para cada doente.

A classificação mais utilizada para o cancro do pulmão é o estadiamento TNM da UICC/AJCC:

  • “T”: Tumor. Estabelece o tamanho do tumor do pulmão e se está ou não em contacto com outras estruturas vizinhas.
  • “N”: Gânglios (Nodes em inglês). Descreve se existe, ou não, envolvimento dos gânglios linfáticos próximos do tumor.
  • “M”: Metástases. Identifica se existem ou não metástases à distância.

A combinação T,N,M com os diferentes números estabelece o estadio da doença. Pode ser: estadio I e II: doença localizada; estadio III: doença localmente avançada e estadio IV: doença metastática.

AJCC: American Joint Committee on Cancer; UICC: Union for International Cancer Control

Referências:

  1. https://seom.org/info-sobre-el-cancer/cancer-de-pulmon?start=4 Consultado em outubro 2024

O cancro do pulmão é classificado considerando vários critérios. O principal critério é o que o diferencia segundo o tamanho e a forma das células tumorais. Fala-se essencialmente de 2 tipos de cancro do pulmão:1

  • De não pequenas células: representa 85% dos casos diagnosticados. Este tipo é classificado por sua vez em dois subgrupos: não escamoso (adenocarcinoma) e escamoso.
  • De pequenas células: agrupa os restantes 15% dos casos.

Esta diferenciação é relevante já que irá conduzir a tomada de decisão relativa à abordagem terapêutica.

Referências:

  1. https://www.pulmonale.pt/menu-cancro-pulmao/tipos-de-cancro Consultado em outubro 2024

A escolha do tratamento é sempre definida por uma equipa multidisciplinar onde intervêm fundamentalmente: pneumologistas, oncologistas, radiologistas, anatomopatologistas, cirurgiões e especialistas em radioncologia.1,2

Após analisar todos os exames realizados, o tipo de tratamento é decidido de acordo com os seguintes fatores: fase ou estadio, tipo de cancro e características do doente. Os tratamentos utilizados mais frequentemente no cancro do pulmão são cirurgia, radioterapia, imunoterapia, quimioterapia e terapêuticas dirigidas 1,2.

A terapêutica dirigida atua sobre genes específicos do cancro, proteínas ou condições do tecido que contribuem para o crescimento e sobrevivência do cancro.2 Deste modo, a identificação do tipo de mutação que originou e/ou condicionou o cancro do pulmão, é determinante para a escolha do tratamento mais adequado para cada doente.3

Biomarcador: Indicador biológico que serve para detetar a exposição a um processo fisiológico, e que se utiliza para diagnosticar uma doença. Podem ser de diagnóstico ou prognóstico 1,2.

Mutação genética: Uma mutação é uma alteração na sequencia de ADN de um organismo. As mutações podem dever-se a erros na replicação do ADN durante a divisão celular, à exposição a agentes mutagénicos ou a uma infeção viral. Nem todas se transmitem aos descendentes ou são nocivas para o nosso organismo 3,4.

Cancro do Pulmão

Primeira causa de morte por cancro em Portugal.

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