“Uma parceria bidirecional que começou este ano e que queremos manter no futuro”

O Prof. Doutor Jorge Ruivo, medical manager da Daiichi Sankyo, partilhou com a News Farma, as mais-valias encontradas na parceria estabelecida com a ANEM.

“Uma parceria bidirecional que começou este ano e que queremos manter no futuro”

O Prof. Doutor Jorge Ruivo, medical manager da Daiichi Sankyo, partilhou com a News Farma, as mais-valias encontradas na parceria estabelecida com a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), uma iniciativa que segundo o próprio é para continuar. Leia o depoimento.

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Segundo o Prof. Doutor Jorge Ruivo, a parceria entre a Daiichi Sankyo e a ANEM teve o seu pontapé de saída em 2021, mas que existe interesse em repetir. “Vemos vantagens neste modelo de parte a parte. Acima de tudo, há possibilidade de expor aos alunos de Medicina uma vivência diária e das responsabilidades de um departamento médico de um parceiro da indústria farmacêutica, mas também de outras áreas de cruzamento funcional, como marketing e market access, que os discentes não teriam seguramente oportunidade de vivenciar durante o curso”, afirma o medical manager.

“Para nós, parceiros da indústria farmacêutica, conseguem-se obter também insights clínicos que valorizamos; há a possibilidade de credibilização da própria indústria farmacêutica enquanto parceiro desta relação. Podermos envolver os alunos de Medicina no nosso nicho de atividades, ajuda a que entendam com maior transparência aquilo que se faz no nosso ecossistema, e também nos afirmamos como empresa com responsabilidade na formação médica contínua”, acrescenta.

O Prof. Doutor Jorge Ruivo assume que existe a possibilidade futura dos alunos que efetuam o estágio por este tipo de parcerias, poderem vir a integrar os quadros de tais empresas no futuro, dado o crescimento da importância dos departamentos médicos na indústria farmacêutica, e que é provável que seja do interesse que esses departamentos sejam “altamente diferenciados” com a inclusão de futuros médicos.

Explica que no decorrer do estágio, o aluno é integrado em várias reuniões e projetos, e que para além do valor dessa exposição, são também atribuídas responsabilidades que permitam ao aluno compreender o que é ser parte integrante do “tecido” da empresa, e ser avaliado consoante os objetivos propostos, que o próprio terá de fazer uma análise métrica dos resultados, através de um relatório apresentado à ANEM. Deu como exemplos o apoio para a submissão de um trabalho de investigação para comunicação oral num Congresso Nacional Médico, um simpósio especificamente numa atividade do departamento médico e a integração numa formação aos delegados da empresa. “Estes trabalhos valorizam curricularmente o aluno, num curto espaço de tempo”.

“Estes estágios, sendo de duração de duas semanas, compatibilizam-se com o plano curricular do aluno. São geralmente efetuados no verão, mas damos a possibilidade de continuar o projeto até à sua conclusão, numa política de mentoria, mas também de responsabilização profissional”, expressa o Prof. Doutor Jorge Ruivo. “Fruto da aceleração que a pandemia nos proporcionou, estamos perfeitamente capazes de integrar os alunos presencialmente com todas as regras de segurança nas nossas instalações e com a equipa pronta para os receber, mas também, por outro lado, estamos presentes num ambiente de hibridização muito estabelecido e, portanto conseguimos também funcionar de forma eficaz virtualmente”, completa.

O Dr. Francisco Pêgo realizou um estágio presencial no Departamento Médico da Daiichi-Sankyo, através da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, tendo acompanhado o Prof. Doutor Jorge Ruivo, head of cardiovascular medical affairs.

“Para estudantes que venham a fazer um percurso clínico, conhecer o trabalho customer-facing da indústria farmacêutica é muito interessante”, afirma o estudante de medicina que considera relevante perceber o funcionamento e estrutura diferente deste tipo de trabalho e organização.

Como pontos positivos a reter desta experiência exclusiva, Dr. Francisco Pêgo destacou a perceção do funcionamento geral da indústria farmacêutica e do quotidiano e equilíbrio trabalho-vida pessoal nestas profissões; a integração muito rápida na equipa, com capacitação e delegação de responsabilidades e a capacidade de dedicação específica a determinados projetos que permitem ter uma experiência direta de tarefas a desempenhar num departamento médico da indústria farmacêutica.

Questionado sobre a possibilidade de carreira na área medical de um laboratório para os futuros médicos, que muitas vezes apenas conhecem ou consideram a carreira padrão de quem segue a prática clínica de Medicina, o Prof. Doutor Jorge Ruivo responde através de uma perspetiva pessoal e outra institucional. Segundo o próprio, as duas modalidades de carreira não se substituem, mas sim complementam-se: “A vocação e a vontade de a pessoa ajudar o outro enquanto médico vai em muitos aspetos ser concretizada e colmatada nesta posição na indústria farmacêutica. Estamos a facilitar a investigação e o desenvolvimento de novas moléculas que de outra forma não estariam acessíveis para os doentes poderem melhorar nos seus outcomes, seja de morbilidade ou de mortalidade, e desta forma também facilitar o seu acesso ao mercado para que estejam disponíveis para a nossa população. Em vez de estar a tratar um doente de cada vez, digamos que estou a tratar milhares de uma vez”.

No entanto, o Prof. Doutor Jorge Ruivo considera que muitos médicos sentem falta do contacto direto com o doente, e assegura que muitos colegas, como o próprio, mantêm os dois modelos de carreira em paralelo, ou seja, não existe a necessidade de haver uma exclusividade, quando é tomada a decisão de trabalhar na área medical da indústria farmacêutica. “Se se identificam com acompanhamento de doentes, mas também gostam de dar apoio em ensaios clínicos, investigação, formação médica contínua, resposta a literatura nas diferentes áreas terapêuticas, podem fazê-lo e continuar a exercer Medicina, existe essa compatibilidade”.

Ao nível de expectativa de carreira, explica como pode ser desenvolvido o percurso de um integrante no departamento médico na indústria farmacêutica: “Habitualmente, quem termina o curso de Medicina inicia como MSL, que são profissionais de saúde que estão no campo e que estabelecem o engagement direto com os clínicos e, assim, criam parcerias e sinergias entre o departamento médico e esses profissionais, para colmatar as necessidades no terreno. Depois vão progredindo, de MSL para advisers, eventualmente managers, e depois para diretores médicos. À medida que progridem na carreira também podem internacionalizar a sua posição e estando numa empresa multinacional pode ser expectável alcançar um posto com responsabilidades mais latas em relação a outras áreas terapêuticas dentro das especialidades médicas”.

FONTE: News Farma 2021